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Coluna | BRASILzo
Diego Gazola / Fbio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), reprter-fotogrfico.Graduado em Comunicao Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, j percorreu mais de um mil municpios em todo o Brasil para avaliao dos atrativos e documentao fotogrfica dos Guias Turstico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzo so de sua autoria.
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Fbio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzo so de sua autoria.
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Brasil: em busca de uma real identidade
05/11/2008

Outros tempos, outros modos, outra educao. Meu pai

Helena de Brito Cruz, uma uberabense

A importncia do matrimnio no Brasil de antanho

- Continuo viajando. Dentro de uma semana me encontrarei em Pirenpolis, no estado de Gois, e espero ter a oportunidade de fotografar Goinia para a nossa BrasilZO. 3l30s

- Aproveito a deixa, e pergunto: qual o tema para a coluna desta semana?


Religio, inocncia e um diabinho nos anos 40

- Vamos continuar apresentando o estado de So Paulo. Depois viajaremos para Roraima e relataremos as experincias que temos vivido nessa poro do norte brasileiro que faz fronteira com a Guiana e a Venezuela. Entretanto, acho que as colunas deveriam ser quinzenais ao invs de publicadas todas as semanas, concorda?


Tive filhos por educao e no por convico

- No. Discordo. Gosto de escrever e estou certo de que nossos leitores assduos nos aguardam s quartas-feiras no jornal Correio do Sul, de Varginha. Aproveitarei esta ocasio para uma breve releitura do ado. Contarei um pouco de minha infncia e das minhas andanas. Posso?

- Vamos l, conte-nos, sem exagerar.

- Tudo comeou em Uberaba. Em 1953, vi a luz do dia em um casaro de esquina que abrigava um comrcio no trreo e a residncia de minha av no primeiro andar. Vivia-se em um Brasil ainda formal, as pessoas se vestiam com esmero e as viagens duravam pois as distncias eram longas. Lembro-me vagamente, por exemplo, da varanda na Fazenda Buriti. Eu devia ter trs ou quatro anos.

- Nossa! Que memria boa...


Acreditando no esprito viajante, em Paris

- Meus pais eram primos-irmos. Ambos da famlia Junqueira. Minha me era uberabense e papai de Barretos. Como eram religiosos e habitavam no campo, tiveram onze filhos. Minha irm mais velha, Leninha, padeceu por longos dez anos de uma doena incurvel. Sofria de lupus. Jamais esquecerei o dia em que, sob a sombra de uma frondosa jabuticabeira florida, minha me, de maneira direta, incauta e sofrida anunciou: Helena Maria tem uma doena muito grave. Se vocs no forem bonzinhos com ela, ela vai morrer. Era uma atitude imatura de uma me jovem que cuidava de oito filhos, sendo que outros trs j haviam falecido prematuramente.


Iluses nas paredes de minha casa

- O que ocorreu a partir de ento?


Buscando conhecimento no pas vizinho - Peru

- A famlia desestruturou-se emocionalmente. Meu irmo e eu ficamos internos no Colgio Salesiano Dom Lus Lazagna, em Araatuba. Vivamos fechados em um ambiente totalmente fora do mundo real e dentro de uma disciplina rgida que nos obrigava a crer em Deus e a esquecer os demais universos fora daquele recinto.


Nos anos 70, na Sua

- Interessante. por isso que voc sempre canta tantu ergum, sacramentum, comparzi, laudacium....

- No me faa rir e no seja irnico. Foram anos difceis. medida que o tempo ava, minha irm tornava-se ainda mais bela e muito mais doente. Os medicamentos faziam bem sua pele, ao seu cabelo, porm a sua sorte estava marcada.

- Quando seguiram para So Paulo?

- Em 1966. O bonde ainda funcionava, as tardes eram frias e chuvosas e uma angstia crescente tomava conta de meu peito. Aps anos, solto, vivendo na fazenda ou brincando de me-da-rua com a molecada em Araatuba, no interior de So Paulo, me parecia cruel viver novamente enclausurado em uma grande metrpole.


Exuberncia e beleza da mulher africana no Senegal

- Mas So Paulo devia ser um fascnio pra voc, no verdade?

- Tive dificuldades em amar So Paulo. Aos 19 anos resolvi deixar o pas. Minha irm faleceu em 1971 e em 1972 embarquei em um navio para uma viagem que mudaria meu destino.

- Por qu?

- De 1972 a 1979 vivi e estudei na Frana. Anos difceis para o Brasil durante o Regime Militar. Perodo precioso para a minha formao. Em Paris descobri o mundo e as suas diferenas. Como estudante, viajei por todo canto: Tunsia, Marrocos, ndia, Afeganisto, Turquia, Peru...


Um brasileiro em territrio africano

- Imagino que suas experincias tenham sido fantsticas. O Planeta ainda no estava super povoado e imigrar no era um problema.

- Da Frana segui para a Costa do Marfim, onde contra matrimnio. Descobri os paises negros da frica Ocidental e mantive laos estreitos com a ptria-me Frana. Nos dias de hoje, busco a identidade brasileira pelos cinco cantos do Pas. Com um olhar estrangeiro e com o apoio amigo de um reprter fotogrfico varginhense, Diego Gazola, consigo derramar minhas sensaes e meus conhecimentos como viajante na coluna BrasilZO.

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