PUBLICIDADE

Coluna | BRASILzo
Fbio Brito
[email protected]
O editor e jornalista Fbio Brito responsvel pela edio e publicao de centenas de ttulos voltados s realidades do Brasil. Durante anos esteve frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, atravs de consultorias especficas nas reas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzo, inicialmente atravs do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilizao de vivncias de Fbio Brito por todo o Territrio Nacional e por pases por onde perambula em suas andanas.
Salvador e o dia da Conscincia Negra
29/11/2010

- "Quem a cantora?" 485w3g

- "Aline Rosa. No carnaval ela estar ai ..." Nada eterno, pensei. O frgil reinado da senhora Ivete Sangalo comeou o seu declnio aps a crtica, em Nova York, declarar que Mrs. Sangalo s entrar no universo das estrelas consagradas com um tipo de msica menos agressivo, menos histrico e sobretudo mais melodioso.

- Como estava Salvador?

- Apesar do descaso latente dos soteropolitanos para com o Centro Histrico, Salvador continua charmosa, espetacularmente bela, repleta de energia, de histria, de pores-do-sol indescritveis, de baianas sorridentes, de crianas brincalhonas e de odor de acaraj que nos d gua na boca...

- 20 de novembro de 2010. Dia da Conscincia Negra... voc sentiu firmeza?

- Firmeza? A questo sria. Fatos histricos e atitudes desumanas e obscuras comprovam o horror, a aberrao, o crime do trfico de negros africanos durante o regime escravagista, quando o Brasil dependia de mo-de-obra "importada" para que sua economia florescesse. Se pensarmos na histria da humanidade, a abolio da escravatura no Brasil muito recente. Foi ontem...

- Ontem, mais uma vez, deslumbrei-me com as fachadas dos casares seculares do Santo Antnio onde ainda h vida de bairro, onde comemos um arrumadinho nas mesinhas dispostas na calada, onde se tem a impresso de ser feliz na Bahia. "Sorria, voc est na Bahia!... Na Baia de Todos os Santos, Terra dos Soteropolitanos..."

- Soteropolitano, o que isso?

- Soteropolus, em grego, a Cidade do Salvador. Informe-se.

- Em geral os habitantes de Salvador no conhecem a origem do gentlico de sua cidade. No se interessam por cultura, pela prpria identidade ou por algo mais profundo que lhes permita refletir sobre sua condio de brasileiros, baianos. So seres egocntricos e auto-confiantes a ponto de no exercerem a cidadania ao votar, ao escolher os seus representantes para que suas vidas melhorem e possam assim ter a possibilidade de fortalecer o seu papel na Nao.

- Salvador j foi capital do Brasil, voc sabia disso?

- Sim senhor.

- Salvador descrita de maneira magistral por Lorentino Gomes em seu livro "1808", que descreve a agem da uma viajante inglesa pela ento ftida, soberba e poderosa Salvador.

- Salvadorense, Salvadorano? Vou pesquisar ..... Como se chamavam os habitantes da Capital antes de D. Pedro II decidir homenagear a Grcia? Vamos pesquisar juntos?

- impressionante como voc bem aceito pelas comunidades mais humildes da bela Salvador.

- Depende meu amigo, depende. Ontem noite fui assaltado de maneira covarde por trs jovens pertencentes a uma dessas comunidades tpicas das grandes metrpoles. De forma incauta, e displicente, deixei-me acuar pelos tais marmanjos que, em frente dos demais, tentaram levar os parcos recursos que carregava comigo naquela noite fresca e acariciada pelo vento e a brisa proveniente da orla martima . Permaneci mudo, incrdulo, chocado porm aliviado por retornar so e salvo hotel.

- Roubaram muito?

- Sim, levaram todas minhas impresses escritas nos ltimos dias na capital baiana.

- Voc sempre exagera. Levaram seu dinheiro?

- No meu amigo, enganaram-se de bolso. Eu teria preferido ficar com meu texto e sem os 50 reais que me acompanhavam.

- Conte-me novamente sobre o assedio do bbado que o seguia de mesa em mesa no pequeno bar popular no bairro da Barra.

Risos.....

- Era um jovem brasiliense totalmente inconveniente, sob o efeito de bebida alcolica, que me via escrever e desejava a todo preo ler o que redigia naquele momento de concentrao.

- Como conseguiu desatar o n?

- Inicialmente fui mudando de mesa em mesa at impacientar-me e sugerir que retornasse ao Centro-Oeste.

- Cara, voc muito doido.

- Doido eu? Voc aguentaria um chato te seguindo de mesa em mesa com uma conversa maante e sem interesse? Eu estava em Salvador, na Baia de Todos os Santos, imerso naquela sensao de felicidade que me permitia esquecer as agruras do dia-a-dia deste pas com prticas ilegais, permissivas e equivocadas que facilitam a vida dos riqussimos, d esmolas aos pobres e esmaga a classe mdia.

- Xii de novo? Voc no consegue dialogar sem sempre fazer aluso poltica?

- No consigo no. Revolta-me se dirigido por seres ignbeis, desonestos, que se apropriam da ignorncia popular para, literalmente, roubar.

- Voc muito amargo, sabia?

- Amarga a poltica brasileira representada por interesses partidrios, pessoais, mercenrios, arrogantes, injustos e desumanos.

"- Te vejo depois, tchau... "Eu hein, esse caro doido."

- Por favor, uma breja. Desejo escutar Ivete Sangalo."

- Desculpe-me senhor, o ax aqui, s em caso de tortura!!!."

- Retornamos ao AI-5 com o ax? Que horror..."

Risos... - O ax pior que o AI-5. - Abaixo o ax e viva o Frevo e o Maracatu.

PUBLICIDADE
ltimos artigos deste colunista
09/10/2020
30/09/2020
25/09/2020
28/08/2020
ver todos
PUBLICIDADE
KTO

Varginha Online - 2000-2024


Provedor e Parceiro Oficial
IPHosting