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Coluna | Cidadania Reativa
Willes Silva Geaquinto
Psicoterapeuta Holstico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz e Autoestima Afetividade e Transformao Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinio do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, at mesmo, queira propor algum tema para futura reflexo, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugesto.

Site: www.viverconsciente.com.br
Analfabetismo Ambiental (III)
19/01/2011
Com o intuito de avivar a memria dos leitores e o pblico em geral sobre o porqu do meu envolvimento com as questes ambientais, vou fazer uma breve narrativa quando comeou a minha alfabetizao ambiental. O meu interesse pela ecologia teve inicio precisamente no ano 1972 ao tomar conhecimento, via jornal, que em Estocolmo, Sucia, no perodo de 5 a 16 de junho de 1972 estava acontecendo a Conferncia das Naes Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano, com a participao de 113 pases em Estocolmo, na Sucia. Essa Conferncia foi de suma importncia, por ter sido o primeiro grande encontro internacional com representantes de diversas naes para a discusso dos problemas ambientais, alm de nela ter se materializado com maior profundidade o debate sobre a relao entre desenvolvimento e meio ambiente. Vale destacar ainda que, nessa Conferncia o Brasil, liderando 77 pases dos 113 presentes, j acusava os pases industrializados de defenderem o crescimento econmico a qualquer preo.

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Trs anos depois, l pelos idos de 1975/76, morando em Cachoeiro de Itapemirim e participando de discusses na Casa do Estudante, rgo de representao estudantil da cidade, j me preocupava os desmatamentos e a poluio de que era alvo no s Rio Itapemirim, mas, tambm o ribeiro de Burarama que era poludo principalmente pela indstria de cachaa existente nas suas proximidades que deitava no rio os seus resduos.

A vida seguiu seu curso e em 1981 morando no Amazonas tive um contato mais real com as questes ambientais e sociais daquela regio. Ento estudando direito na Universidade Federal do Amazonas, especificamente a matria de Direito Agrrio, foi que percebi o quanto era profundo o assunto que envolvia a terra, o desenvolvimento e a ecologia. Fiquei aproximadamente trs anos na Amaznia, os ltimos dois anos como funcionrio do Banco do Brasil na cidade de Tabatinga, na beira do Rio Solimes, fronteira com a Colmbia e o Peru. O suficiente para compreender que as conseqncias da explorao predatria e insustentvel da floresta amaznica iam alm da relao do homem com a floresta, abrangendo toda a vida que ali havia. A riqueza obtida por uns poucos, principalmente com a explorao da madeira, era a razo da misria de muitos.

Em 1984, em Varginha, como um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e seu presidente, j encaminhava discusses sobre as questes ambientais da cidade. Discutamos desde ento uma poltica municipal sobre o meio ambiente, agregando outros setores da sociedade nesse debate. Como forma de despartidarizar a questo, em 1988 juntamente com outros ambientalistas do municpio, sob a marcante influncia do Srgio Regina, conceituado e corajoso defensor das lides ambientais, fundamos a Associao Ecolgica Vertente, que teve como seu primeiro presidente o professor Jos Marcelino de Rezende Pinto e eu como vice.

A partir da Associao Ecolgica Vertente e da participao ativa no Codema, juntamente com outros interessados no assunto, travamos uma espcie de enfrentamento no s com as Indstrias e outros estabelecimentos poluidores de Varginha, mas, tambm com Indstrias da regio que poluam sistematicamente o Rio Verde e outros rios pertencentes s Bacias do Rio Grande e do Rio verde. Em alguns casos chegamos a levar s esferas judiciais nossas denuncias. Atravs de artigos escritos nos diversos jornais da cidade, contando com a assessoria tcnica do Srgio Regina, ao qual sempre rendo gratido pelo meu aprendizado, fui porta voz de inmeras denncias de agresses ambientais em Varginha e regio. Muitas empresas acabaram por se adequar a normas ambientais com vistas ao tratamento de seus dejetos e resduos. Nesse perodo ainda, quando da elaborao da Lei Orgnica do Municpio, membros da Vertente e do Codema participaram da discusso e incluso de todo o captulo que trata das questes ambientais no municpio, alm da definio deliberativa da competncia do Codema de Varginha.

Frente da Associao Ecolgica por diversos mandatos como presidente, em parceria com a chamada na poca Delegacia Regional de Ensino, que tinha frente a laboriosa Professora Lidia Braga Foresti, conjuntamente com a Plenria dos Conselhos Comunitrios tambm por mim presidida, realizamos por muitos anos consecutivos, no ms de junho, a Semana do Meio Ambiente, evento essencialmente educativo e de formao de conscincia.

Enfim, como se v no de hoje o meu envolvimento com a causa ambiental. Da que quando falo em analfabetismo ambiental, falo com conhecimento de causa e por acreditar que est na hora de uma anlise mais profunda sobre a questo e uma reciclagem no aprendizado ecolgico. E em se tratando do nosso municpio, especificamente, o que existe hoje so muito discurso, reunies e conferncias, e muito pouca ao objetiva e concreta. Coisa que interessa muito mais aos analfabetos ambientais do que queles que realmente anseiam por uma cidade saudavelmente sustentvel.

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