![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
- Tenho sentido dores nas costas, incio de palpitao, muita ansiedade, tosse seca, formigamento nos braos e muita, muita angustia. 372u42
![]() |
- Acalme-se. O tempo est nublado. O cu acinzentado, o ar mido, o trnsito catico e a crise aos poucos se instala por todas as regies brasileiras de forma dinmica, poderosa, aliada ao drago da inflao, aos monstros corrompidos que usurpam parte, boa parte, do errio pblico para roubar, desviar dinheiro, enganar a populao, gerar mandos e desmandos, medidas provisrias, prises arbitrrias ou injustas e muito assim mesmo.
![]() |
- Muito assim mesmo? O que quer dizer com isto? Temos a impresso que as coisas no mudam no Brasil. So tantas as denncias de corrupo, as cenas de deboche, o desrespeito s regras, o conluio, a mentira, a insensatez de um modelo econmico decadente e obsoleto - o consumo pelo consumo -, a falta de educao, a religiosidade insana crescente, a violncia imperando em todos os bairros, as drogas se alastrando por todas as camadas da sociedade, a prostituio e a pornografia onipresentes no cotidiano de todos, a falta de interesse por um projeto de nao. Pobres trpicos.
![]() |
- Pobres trpicos? A crise ronda todo o Planeta, sem discriminao. As ilhas da fantasia esto cada vez mais escassas. Os centros urbanos incham, o ar est poludo, a gua contaminada, os campos secos e infrteis. E a nossa sade cada vez mais precria.
- Precria a forma como esto conduzindo este Pas. Sua populao ausente, alheia ao esprito cvico, distantes dos valores e atributos indispensveis a uma nao, a uma populao civilizada.
![]() | ![]() |
- Civilizado um conceito inexistente atualmente no Brasil. O centro do mundo para o brasileiro comum o seu prprio umbigo. J no h solidariedade. As famlias se decompem. Os amigos tornam-se raros. Os encontros sociais so coisas do ado. O bate-papo, a conversa interessante, a troca de idias, o lazer cultural, o sono na rede, a leitura de um jornal na varanda, o repouso debaixo de uma mangueira, o som das gotas no telhado, o coaxar dos sapos, o murmurar dos ventos, o pio dos pssaros no breu da noite, o burburinho da corredeira (voc sabe o que uma corredeira?), o sorriso inocente, o abrao afetuoso, o rosto colado em uma dana romntica, o beijo ardente e prolongado, a sensao de amar em sua plenitude...
![]() | ![]() |
- Tudo isso seria coisa do ado? Os relacionamentos humanos agora so fugazes. O sexo descartvel e a amizade oportunista. O meu crebro, a minha alma e o meu corpo j no querem mais fazer parte deste universo. H um vazio enorme no labirinto de meu peito. Em que mundo vivo? Em que universo estou agora?
- Voc est fora do eixo. Quem voc? Alis... quem sou eu?
![]() | ![]() |
Siga o Varginha Online no Facebook, Twitter
Varginha Online - 2000-2024