Vivendo e Aprendendo(I)

16/04/2012

Diversos estudos comprovam que grande parte das escolhas que fazemos em nossa vida adulta, so, na maioria das vezes, influenciadas pelas informaes que recebemos e pelo que nos foi ensinado quando criana. Nesse processo de aprendizado muito do que nos foi instrudo, alm de ser inadequado, j trouxe consigo distores do aprendizado dos nossos prprios pais ou de seus substitutos. Entendendo-se como substitutos todos aqueles que, em algum momento de nossa criao ocuparam lugar de nossos pais, ou seja, avs, tios, padrinhos, professores, catequistas, babs, empregadas domsticas, TV, etc.

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At hoje, muitas das prticas contumazes utilizadas para educar os filhos, embora aparentemente inofensivas, acabam transformando-se em verdadeiros bloqueios na vida da pessoa quando adulta. Por exemplo, a velha prtica de obrigar a criana comer atravs de algum artifcio que crie medo, como: se voc no comer vai ficar doente; se voc no comer o bicho papo vai te pegar. Falas assim at parecem ingnuas, mas, podem instalar o medo na vida da pessoa pelo resto da vida, ou causar outros tipos de distrbios emocionais ou compulsividade.

Um exemplo dessas ocorrncias veio tona quando atendia um grupo teraputico em Belo Horizonte. Certo dia, durante uma sesso de renascimento, uma cliente que estava tentando resolver uma situao corporal de obesidade, contou que, durante o trabalho, recordou da seguinte cena da sua infncia: Ela tinha de cinco para seis anos de idade e estava sendo alimentada pela me. Como no estava aceitando a comida por causa do gosto que no achava bom, a me lhe dizia: come menina, come se no voc vai virar um palito, e a cada colherada a frase era repetida. Segundo ela isso ocorria em quase todas as refeies quando, por algum motivo, ela se negava a comer. A partir da descoberta desse instante traumtico, essa pessoa conseguiu minimizar a ocorrncia da obesidade, uma vez que ela reaprendeu a alimentar-se de maneira adequada mudando o centro das suas necessidades, ou seja, no comia mais por medo de que algo lhe acontecesse, sim porque necessitava nutrir-se de maneira saudvel. Foi, tambm, a partir dessa nova conscincia, que ela resgatou sua autoestima e os outros setores da sua vida tambm foram harmonizados. Alm desse exemplo, possvel afirmar que outros tantos bloqueios ou traumas podem ser resolvidos, a partir do momento em que a pessoa descobre e confronta a origem daquilo que a desequilibra.

Sob tica da exposio acima, possvel entender que devemos analisar e confrontar, muito do que aprendemos desde a mais tenra idade, pois, nem sempre tudo o que nos foi ensinado saudvel e nos faz bem. Por outro lado, possvel que muito desse aprendizado possa nos ser benfico, mas, preciso fazer o bom uso racionalidade para desenvolver o senso crtico, buscando conservar apenas os ensinamentos que proporcionam bem estar e auxiliam o nosso progresso. Nem tudo que aprendemos definitivo, sempre existiro hbitos e posturas a serem aperfeioadas. Sempre h o que melhorar em nossa existncia.

Boa Reflexo e viva consciente.