Fechando a rodada de entrevistas com os candidatos a prefeito de Varginha, a Coluna Fatos e Verses, do Jornal Gazeta de Varginha, em parceria com o Site Varginha Online, publica hoje a entrevista com o prefeito Antnio Silva (PTB), que tenta a reeleio. A publicao da entrevista acontece hoje, e no na sexta, como anteriormente planejado, em razo do calendrio eleitoral, previsto pela Justia Eleitoral. Todavia, a entrevista concedida pelo prefeito e publicada hoje tambm ser analisada pela coluna que publicar suas ponderaes em breve. Segue abaixo a entrevista completa do candidato a reeleio, Antnio Silva.

Perfeitamente, Rodrigo, boa tarde a voc e a toda a equipe aqui da Gazeta, especialmente da Coluna Fatos e Verses, da qual sou leitor assduo. Alis, voc a um crtico poltico de muita competncia, com colocaes pertinentes e um prazer estar aqui. Bem, o problema o seguinte: inegavelmente ns assumimos uma dvida de R$ 130 milhes e sempre que se fala nessa dvida referem-se a uma dvida que eu fiz no Fapen, l em 1997, da ordem de R$ 3 milhes de reais quando tnhamos de assumir toda aquela infraestrutura, as desapropriaes para trazer a Walita. Essa dvida, quando sa da prefeitura deixei tudo equacionado, naquela hora eu ei o pagamento dos aposentados que a prefeitura, para fortalecer o Fapen vinha fazendo, mas na verdade, o Fapen, que o fundo de aposentadoria, que deveria fazer esses pagamentos, coincidia justamente com valor da parcela. Era uma dvida legal, feita com autorizao legislativa, a Cmara autorizou o emprstimo. Ento esse valor seria irrisrio para uma arrecadao na Prefeitura, j naquela poca de 2001, com a vinda da Walita, na ordem de R$ 50 milhes de reais. E, no entanto, essa dvida no foi paga. E ela corrigida ela chega hoje a R$ 20 milhes de reais. Mas o problema so R$ 110 milhes, sendo R$ 70 e tantos milhes de uma atualizao de um clculo atuarial que a prefeitura no chegou, ela no compareceu, no pagou, fez um parcelamento em 2008 e no pagou uma parcela a depois, ao final de 2012, um final financeiramente melanclico, ela nos deixou essa dvida de R$ 130 milhes. Ento, o direito de resposta deveu-se a fazer exatamente isso que estou fazendo aqui agora, mostrando cada parcela dessa dvida. Ento R$ 70 milhes foi de um clculo atuarial que a gesto 2009-2012 no efetuou nenhum pagamento, e esse clculo foi feito, parece que o parcelamento, em 2008 ou 2009 e ela acabou chegando a 70 e tantos milhes de reais quando assumimos a prefeitura. O resto foram dvidas tambm previdencirias, falta de recolhimento de cotas do empregador, no apenas da prefeitura mas tambm do Hospital Bom Pastor e na Fundao Cultural e dvida do regime de previdncia geral do INSS. E fora o resto, fornecedores, ticket de alimentao, somando exatamente os 130 milhes.

Esses R$ 104 milhes eu no vou discutir esse valor porque eu no tenho esse dado contbil aqui na mo. Naturalmente um valor que precisa ser confirmado. Eu no confirmo porque eu no tenho essa informao. O que eu tenho dez obras abandonadas, “Melozinho”, “Memorial do ET”, creche do Carvalhos, creche no Jardim Estrela, creche no Damasco, escola do Bairro de Ftima, creche do Sagrado Corao, Avenida Otvio Marques, Zoolgico, Parque Zoo Botnico, todas essas obras estavam paralisadas e abandonadas, o que diferente. Paralisadas quando voc, por exemplo, a UBS do Bom Pastor, est paralisada. Por que? Porque h oito meses o Governo do Estado est atrasado com o ree do recurso. E uma obra que tem recurso estadual. Creche l da Vila Mendes, a empreiteira no nos entregou porque o Governo do Estado tinha de rear em torno de R$ 100 mil reais e no reou. Ento, esses valores, inclusive o Melozinho ns tomamos o prejuzo porque tivemos de devolver o dinheiro pra Caixa, diante da inviabilidade de continuao da obra. As outras obras ns retomamos e cumprimos a contrapartida do municpio, estamos inaugurando agora nos prximos dias a creche do Carvalhos porque s agora a empreiteira nos entregou, estamos inaugurando a creche do Estrela nos prximos dias, tambm que estava nesse elenco de obras paralisadas e abandonadas, a creche do Sagrado Corao, j entregamos, a escola do Ftima, j entregamos, o Zoolgico que estava interditado, ns tiramos a interdio, fizemos as obras que a Advocacia Geral nos exigia, por um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) feito com o Ibama, a Avenida Otvio Marques de Paiva, completamos a obra, conclumos, e agora ns temos de refazer o asfalto, de pssima qualidade, mal fiscalizado, que est nos obrigando, est l a obra pra quem quiser ver, estamos refazendo aquela parte da Avenida Otvio Marques que vai do trevo do Shopping at no Contorno, e vamos fazer tambm a parte que vai do trevo do Shopping at o Bairro Novo Horizonte. Do Bairro Novo Horizonte at a Rua Professora Helena Reis, ns conclumos essa obra, que est ali, at nas imediaes da Faceca. Com relao, a tem um detalhe muito importante, com relao s escolas, a escola do Ftima que era l em baixo, no fundo, no saiu da base, a escola do Damasco, a creche do Damasco e a escola do Sagrado Corao teve um problema terrvel. Ali mais de 2 milhes de reais, hoje corrigidos, foram pagos empreiteira, por medies de obras que ela no fez, esse processo est na Justia Federal, est no Ministrio Pblico Federal, onde o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao) litisconsrcio com o municpio, cobrando esse prejuzo dos gestores da poca, e est tambm, a empresa est com os bens indisponibilizados, o antigo secretrio de Obras, na istrao do prefeito que me antecedeu est com os bens indisponibilizados, e o prefeito ru tambm nessa ao. Ento, essas trs escolas deram um prejuzo de 2 milhes de reais ao municpio, que eram tambm das obras abandonadas. Eu s no posso confirmar tambm esse valor mais de R$ 100 milhes que est um pouco estratosfrico, mas tudo bem, no vou questionar porque falei em questo faz-lo com documentos em mos que posso fazer posteriormente, l verificando a nossa contabilidade.

Olha, a poltica a arte de agregar valores, agregar foras. Normalmente quando ns precisamos de algum em Braslia, ns recorremos a deputados. Eles so eleitos para isso. Eu s corrigiria na pergunta que eu nunca fui inimigo ferrenho do Dimas Fabiano. Aquele episdio que aconteceu nas eleies de 2012 foi tratado devidamente pela Justia Eleitoral, pela Polcia Federal. Eu no sei at que ponto o Dimas pessoalmente estaria envolvido naquilo. Simplesmente ele apoiava um outro candidato naquela hora mas em 2008 ele apoiou a minha candidatura. Em 2012 as coligaes acabaram no acontecendo com o partido que ele apoiaria e ele ficou, realmente, numa posio adversa nossa. Mas eu no sei qual o envolvimento pessoal dele. Pelo menos nunca tivemos pessoalmente nada que trave, que afetasse essa relao que impedisse um apoio poltico. Hoje os partidos ligados ao deputado esto na nossa coligao. E o prprio deputado, indiretamente, nos apoia e no tenho absolutamente nenhuma restrio a esse apoio porque, dizia nosso saudoso presidente Tancredo Neves, ns temos de somar. E hoje, na histria poltica de Varginha ns temos a maior coligao j formada em eleies municipais. Hoje ns temos o apoio de 13 partidos e isso mostra que a nossa candidatura foi de integrao, de unio, e acima tudo, convincente, para que tantos partidos aderissem nossa campanha.

Isso uma tima pergunta, Rodrigo. Ali o que aconteceu que ns temos uma propriedade particular que no divide, no confronta com o Parque So Francisco, absolutamente, e isso, me parece, ter contrariado interesses ali, que no queriam que essa pessoa, proprietria desse loteamento, legtimo proprietrio, tivesse barrado seu direito de lotear a rea. Ora, ns temos legislao, para isso que existe a Justia. Se as pessoas tm seu interesse contrariado arbitrariamente pelo municpio, hoje a questo mais democrtica, a que a pessoa tem maior facilidade se chama Ministrio Pblico. Porque no foi acionado o Ministrio Pblico? Pergunto eu! Ento, o problema que uma pessoa proprietria de uma rea, adquirida por seus antecessores, pelos seus pais, s vezes com sacrifcio, obviamente ela tem direito de us-la, dentro do que permite a Legislao Municipal. E no existe essa lei que impedisse que ele loteasse. Se ns impedssemos, arbitrariamente, a sim, ele entraria na Justia e faria valer seu direito livre iniciativa, o seu direito legtimo de usufruir da propriedade que possui. Eu no vejo pertinncia nesse questionamento, uma pergunta a mim, prefeito, deveria questionar na Justia.

Veja bem, ns entregamos o Cruzeiro do Sul porque tinha um Minha Casa Minha Vida em andamento. Naturalmente supriria parte do meu programa de governo. Ns estamos entregando at o fim do ano o Novo Tempo, que foi (construdo) totalmente dentro do meu mandato, a outra ns j pegamos um projeto que vinha em andamento mas cumprimos tudo que competia prefeitura, e hoje estamos nos preparando para entregar o Novo Tempo, dentro desse programa do governo federal, Minha Casa Minha Vida, que somam a mais de mil casas. Por que no avanamos mais, alis, bom que se registre aqui, Rodrigo, eu fui o prefeito que mais atendeu famlias em programas habitacionais na histria de Varginha, quatro mil famlias, no Imaculada, no Jardim Primavera, no Santa Terezinha, alis, ali eu falava, eu comprei uma fazenda para fazer uma cidade. L tem universidade, l tem Caic, tudo feito na minha gesto. A universidade eu que doei a rea, eu que fiz a infraestrutura para a Unifenas instalar ali seu campus. O Caic foi construdo, trouxe at a fbrica de Caics para Varginha. E as indstrias que ali esto instaladas, s no Imaculada. Ento l eu tenho o Novo Tempo, Jardim Primavera, Imaculada Conceio que foram mil casas, mas muito diferente do Novo Tempo. L a prefeitura doou, diferente do Minha Casa Minha Vida, ela doou a rea, ela fez a infraestrutura e a Caixa construiu a casa, mesmo sem subsdio do Governo Federal que no existia naquela poca, as prestaes ficaram bastante mdicas para as pessoas que conseguiram ali suas casas. O Santa Terezinha tambm que o Pr Moradia, na minha gesto. Samos dali e vamos para o So Sebastio, So Francisco, Vila Registnia, Corredor da Vargem, Corcetti, todos estes loteamentos na minha gesto. Ento, naturalmente, nas condies que pegamos a prefeitura, pra voc ter uma ideia, dessa dvida ns pagamos, vencida, R$ 35 milhes de reais em “cash”, que daria para fazer 700 casas iguais aquelas que esto sendo construdas no Novo Tempo, daria para construir 20 creches, daria para comprar 1.200 automveis zero quilmetros, ou ento para fazer o sonho do meu prximo mandato, um hospital da criana, dez deles daria para fazer a trs milhes e meio cada um. Ento t a explicado a questo dos programas habitacionais. Alis, no meu programa de governo, que est a registrado, eu vou retomar, agora j com o controle das finanas nas mos, eu vou retomar o programa de lotes urbanizados para doaes a famlias de baixa renda, para que possam, em regime de mutiro, construrem suas casas.

Muito bem. O Aterro Sanitrio, vamos comear por ele. Quando assumimos a prefeitura encontramos, essa uma das obras abandonadas h anos, que estava l sendo depredado, furtado material do aterro, em resumo, estava totalmente inviabilizada a sua operacionalidade. Quando, por uma bno, a Copasa resolveu entrar nessa rea em decorrncia daquela lei federal que ou a obrigar os municpios a extinguir seus lixes. E com a entrada da Copasa, ns fizemos um trabalho de pesquisa muito amplo no Brasil para ver o que seria o custo do servio feito pela Copasa e o servio feito por empresas particulares que poderiam tambm assumir o Lixo. Ento entendemos que alm de ter o preo competitivo, a Copasa, por ser uma empresa estatal, e naturalmente tem um vis poltico na sua gesto, e social, ns teramos muito mais confiabilidade em ter uma Copasa istrando o problema do lixo do que uma empresa particular que pressiona por aumento de preos, que pressiona por uma srie de coisas, de repente, anoitece no amanhece. Ns tivemos um problema em Pouso Alegre muito srio, era uma empresa particular. Ento a Copasa, ns mandamos para a Cmara uma lei, foi exaustivamente discutida e finalmente aprovada, nos autorizando a firmar um convnio, no com uma empresa, mas com o Governo do Estado. Ento um convnio que tem todo um cunho oficial, toda transparncia. E a Copasa j recuperou todo o Aterro Sanitrio, l j est em condies de funcionar, ela s no o fez porque est ultimando as licenas ambientais, e o Lixo, que o aterro “controlado”, que na verdade um lixo melhorado vai ser totalmente agora absolvido. um ivo ambiental que est no contrato da Copasa e que dever ser por ela eliminado e recuperado aquela rea degradada ao longo de dezenas de anos.

Olha, eu acredito que tudo que apareceu disponvel nos ministrios ns corremos atrs, e aquilo que foi possvel conseguir ns conseguimos. Eu lamento muito ter tomado um calote do Ministrio dos Esportes no Governo Dilma porque havia a liberao de um recurso para construir aqui prximo um Centro de Iniciao Esportiva, naquele programa de Olimpadas. Ns fizemos toda a preparao do terreno, inclusive quando estvamos fazendo a terraplenagem nos encontramos uma rocha que custou para a prefeitura um alto preo, em torno de R$ 200 mil reais, porque teve de ser uma remoo por uma empresa altamente especializada, de Poo de Caldas, acostumada minerao, ela veio, explodiu a rocha, conseguimos deixar o terreno preparado e eu considero que Varginha foi discriminada politicamente no recurso porque ns fizemos a nossa parte e o Governo acabou nos enrolando, desculpe o termo, e no liberou o recurso. Ento est ali o terreno pra quem quiser ver, ns fomos enganados, praticamente, o municpio de Varginha, que recolhe altas somas de tributos ao Governo Federal e ao Governo Estadual. O mesmo aconteceu nos avanos que tnhamos no Centro de Convenes, o mesmo aconteceu que ficou s na conversa a duplicao daqui at a Ferno Dias, tambm ficou s na conversa a duplicao do resto da Avenida do Contorno. Eu vejo a, na verdade, uma discriminao. Estamos h oito meses esperando liberar os recursos para concluir a UBS do Bom Pastor, recursos vinculados obra, o Estado no libera. Levaram meses e meses para liberar. Ento eu acho que os deputados do partido da base aliada do Governo tm o dever de olhar para Varginha, no para a pessoa do prefeito, no para o partido do prefeito, mas para o volume de impostos que Varginha recolhe aos cofres estaduais e federais e ai sim, uma cidade que merece ser respeitada pela importncia que ela tem no contexto do estado e no contexto da federao. Ns captamos todos os recursos que estiveram disponveis, no devolvemos nenhum recurso por obras ou por incompetncia nossa, ao contrrio do que aconteceu na gesto ada. Ento isso ns estamos muito tranquilos, temos um departamento de atrao de recursos muito comprometido, muito focado nisso, ns vigiamos isso. E outra coisa, existe ai muito engano nessa questo de recursos viu! Voc faz a obra e depois voc tem de oper-la. Por exemplo, voc tem uma UBS, que beleza, est prontinha e agora? Cad os mdicos, cad os enfermeiros, cad o pessoal, e o limite de responsabilidade fiscal da folha de pagamentos, comporta as contrataes? Ento hoje, at para voc receber recursos voc precisa ser seletivo, ter discernimento do que vai fazer e avaliar as consequncias da obra.

O parque do Padre Vtor, o Parque dos Dinossauros, o projeto foi licitado, eu ia iniciar a obra no valor de R$ 160 mil reais. De repente, nesse departamento de captao de recursos, conseguimos uma emenda parlamentar de R$ 300 mil do deputado Eros Biondini, que est l na Caixa, tudo aprovado, toda a documentao em ordem, a eu tive de sustar a continuidade do processo licitatrio e aguardar agora a liberao da verba que ficou retida por causa do processo eleitoral e a sim, vamos fazer uma reforma muito alm daquilo que gostaramos de ter feito na nossa primeira licitao. Evidentemente, vencendo as eleies, vamos fazer aquela obra altura do que merece o Bairro Padre Vtor. O Memorial do ET, a obra est em andamento. Depois de trs licitaes frustradas ns conseguimos que a AC Niemeyer assumisse a obra. Mas est cheio de problemas no projeto, teve de haver aditivos para correo do projeto, aquilo l quase no teve caminho. Mas finalmente estamos quase chegando ao final. Ela no est paralisada, ela est contratada, sob a responsabilidade da empreiteira. No est abandonada, pode ser consultada l a AC Niemeyer, a obra tem um contrato e a parte da prefeitura, das contrapartidas da prefeitura esto rigorosamente em dia, a Caixa tambm tem feito os pagamentos mas h sempre um problema empreiteira e Caixa Econmica Federal e a a prefeitura no tem, s vezes, como resolver pequenos atrasos de pagamentos que surgem, as medies que foram feitas foram pagas e eu acredito que agora, pelo menos a expectativa que era para j ter inaugurado, mas acredito que at o fim do ano ns inauguramos. Se voc rescinde o contrato, como voc viu, trs licitaes frustradas. Ento voc tem de istrar com habilidade, a boa vontade da empreiteira e tambm a eficincia e agilidade da Caixa.

Olha, ns vimos uma coisa muito interessante na campanha presidencial de 2014. Todos os candidatos, principalmente aqueles que lideravam as pesquisas, que eram concorrentes mais diretos, todos eles, isso foi uma coisa que eu observei, eles inseriram nas suas falas, nos debates, nos seus programas de governo, a segurana pblica como uma prioridade, com o mesmo nvel de sade, educao, coisa indita. Exatamente por que, por causa desse avano da violncia, desse crescimento da violncia, que vem intranquilizando as famlias, vem intranquilizando o comrcio, os bancos, e agora, um outro fato muito grave, ela (violncia) tem se estendido para a Zona Rural. A todo momento voc v a notcias de roubos em fazendas, roubos em zona rural, sequestro, pessoas que so mantidas refns. Uma violncia enorme porque ficam l distante de onde est sediada a polcia, isso um problema srio que nos leva a repensar a segurana pblica. Mas eu discordo, no que diz respeito pergunta de que a Guarda perdeu espao. Ns temos hoje na Guarda a mesma configurao em que ela foi criada. Alis a criao da Guarda, bom relembrar, a criao dela por lei foi na minha primeira gesto. Quando eu assumi o segundo mandato, pelas dificuldades financeiras que assumimos tambm, perdemos 58% de ICMS que vinha sendo arrecadado aqui eu tive de fazer mgica para manter a prefeitura em dia. Ento, no pude instal-la. No havia tambm, naquela poca, um quadro de insegurana que tem hoje. Ento o que acontece, o meu programa de governo prev o aumento do efetivo da Guarda, o meu programa de governo prev a construo da sede prpria da Guarda Municipal, que desde ento, ela se encontra em uma casa alugada que no atende, evidentemente, suas necessidades operacionais. Quero tambm aumentar a questo das suas viaturas, em resumo colocar a Guarda Municipal na dimenso que a cidade precisa e a segurana pblica exige. Existe um problema a, talvez de desconhecimento, vamos itir assim na pergunta, que a nossa Guarda no encolheu no. Nossa Guarda, l atrs, ela extrapolou os limites que permitiam a Constituio Federal. Ela entrou em uma rota de coliso com a Polcia Militar, de uma forma equivocada, e a o que aconteceu, a Procuradoria Geral de Justia entrou com uma ao no Tribunal, o Tribunal concedeu uma liminar que tirou a Guarda do trnsito e tirou a Guarda de qualquer policiamento. Ela ficou voltada exclusivamente voltada para a guarda do patrimnio do municpio. Isto foi uma deciso judicial. Posteriormente, saiu uma lei, a 13.022, que deu Guarda, a sim, maiores prerrogativas, regulamentando, se no me engano, o artigo 144 da Constituio Federal. A leitura daquele artigo clara, a guarda municipal voltada para a guarda do patrimnio do municpio. uma prerrogativa dos municpios poder criar guardas municipais e eu criei, em 92, logo depois da Constituio de 1988. Ento agora outra realidade, a prefeitura tambm caminha, e espero que o Brasil tambm caminhe pra uma outra realidade, que supere este momento de dificuldade que a economia brasileira est vivendo, que est envolvendo todas as empresas, ns temos hoje 12 milhes de desempregados no Brasil, o quadro que hoje ns vivemos. E esse quadro recessivo na economia ele refletiu profundamente, gravemente nas nossas contas municipais. Ns temos de istrar com muita prudncia, com muita competncia e nada de arroubos e aventuras com o dinheiro da prefeitura. Ela no tem condies de permitir isso. A Prefeitura de Varginha tem trabalhado com muita dificuldade, com muita responsabilidade e estamos sobrevivendo, salrios em dia, fornecedores em dia, a cidade funcionando, no h nenhum colapso em nenhum setor, tem falhas tem, ns temos humildade bastante para reconhec-las, ns gastamos, por exemplo, uma fortuna em tapa buracos, voc que est aqui na Gazeta, quantos anos tem esse asfalto da Av Imigrantes, ns temos 70% ou mais de pavimentao asfltica vencida. Alm dos tapa buracos que iniciamos agora, coincidentemente, porque conseguimos, nos habilitamos a um financiamento do BNDS, estamos fazendo l a Rua Humberto Pizzo, refazendo a Avenida Otvio Marques, a Michel Mansur, a Doutor Jos Bscaro, Dom Othon Mota e esse um servio que continuar no meu governo no prximo mandato. Ns vamos recapear, paulatinamente, os 70, 80% da cidade que precisa. O tapa buracos paliativo e altamente deficiente seu servio, voc tapa o buraco da a poucos dias abre outro do lado. E isso pega muito mal pra ns, mas injustamente, por que, porque voc acabou de tapar o buraco mas a pssima qualidade do pavimento que j est todo trincado, da a pouco abre um buraco do lado. Basta ver as manchas escuras do tapa buraco e voc v logo ali outro buraco que ainda no deu para tamp-lo. Ento as chuvas torrenciais e generosas que tivemos, eu tenho sempre falado, abenoadas, porque todos ns queramos, ela deu graves prejuzos prefeitura. Eu constru aqui perto de voc trs pontes, aqui no Milton Costa, aqui no Santa Maria, justamente porque ela tinha uma vazo subdimensionada, e l na Rua Joo Manoel Azze. Na Avenida Plnio Salgado ns estamos fazendo um projeto com uma doutora do Unis, a dra. Ivana, porque ali uma bomba relgio pr explodir qualquer hora. Ns j tivemos demolies de casas l, a prefeitura est pagando alugueis sociais para famlias que construram casas em cima da canalizao pluvial. E j vai comprometendo aquilo l. Outros invadiram rea da prefeitura que estamos agora, tambm, analisando para tomar as medidas judiciais cabveis, sero obrigados a demolir porque no h usucapio contra o municpio. Ento esse o quadro que ns enfrentamos.

Bom, j comea no meu programa de governo uma coisa que estou reeditando do meu primeiro mandato: conselho deliberativo eleito pela comunidade cultural. E, evidentemente, a par dessa crtica que os produtores culturais esto fazendo, ns temos de reconhecer tambm o que houve de positivo. A Fundao Cultural investiu muito na economia criativa, nos artesos, ela investiu muito na folia de reis, deu toda transparncia nas subvenes. O Comic (Conselho Municipal de Incentivo Cultura) funcionou muito bem, s no funcionou este ano, exatamente pela falta de recursos, no fechamento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ento este ano ela foi mais modesta nos investimentos, fez aquele resgate naquele espao extraordinrio na antiga Estao Ferroviria com a construo do Corredor Cultural. Hoje, realmente, ali uma rea muito bonita, muito agradvel, evitou-se com aquele fechamento, as depredaes, os vandalismos e pichaes constantes que faziam l no prdio da Estao. Ali hoje abriga a sede da Fundao Cultural, ali abriga a Academia Varginhense de Letras, a Casa da Cultura foi totalmente restaurada, mudou-se o museu pra l, a casa foi restaurada na nossa gesto, na gesto atual da Fundao Cultural. Muitos recursos que dependiam de organizao poltica e burocrtica da Fundao Cultural foram obtidos neste mandato. Eu quero aqui enaltecer o trabalho do professor Francisco Graa Moura, e de toda a sua equipe.

Eu gostaria de resumi-las nas minhas congratulaes a vocs aqui da Gazeta, pelo jornalismo profissional, pela forma imparcial com que se conduziram nessa campanha eleitoral, e parabeniz-lo, Rodrigo, pela sua coluna, como j disse l no incio, pela forma democrtica como conduziu este trabalho de entrevistar todos os candidatos e permitir que eles expusessem suas ideias. Ento eu acho que a minha palavra de agradecimento, e agradecer ao povo varginhense e dizer que estou colocando meu nome novamente disposio por entender que fiz um trabalho correto, no tivemos escndalos, no tivemos polmicas, no tivemos corrupo. Estamos com a conscincia tranquila e, evidentemente, se merecermos a confiana do povo mais uma vez eu estou a para trabalhar, com todo o amor, com todo compromisso, com todo vigor, pela cidade que todos ns amamos. Muito obrigado!