Quarentena ou isolamento social? Independente da nomenclatura dada a esse perodo em que tenho ficado em casa para evitar o contgio do Convid 19, ele tem sido til para refletir e buscar maior conhecimento de mim mesmo e das vivncias que estamos experimentando, principalmente no Brasil. De antemo posso afirmar que essa tarefa no tem sido de toda fcil, j que so muitas as distraes que tenho evitado para no me perder em divagaes infrutferas. Alis, se voc que l este texto estiver tambm imbudo de no perder esse tempo de solitude, recomendo manter a serenidade e a paz de esprito, evitando principalmente as notcias falsas (que so tantas, algumas “oficiais”) e os tais achismos de pseudos especialistas e assemelhados; estabelea filtros para melhor distinguir as boas informaes das inteis ou prejudiciais ao seu equilbrio.
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Para no submergir em divagaes, a ttulo de compartilhamento, vou listar e agrupar alguns temas a que tenho me dedicado a refletir; alguns deles nem so novos na minha lavra, mas os tenho revisitado para melhor fixar as minhas convices. A ordem que lhes apresento segue a inspirao que me acolheu a cada momento:
•Espiritualidade – ei por diversas religies at chegar concluso de que no queria pertencer a nenhuma. Sou avesso aos rtulos de pertencimento que algumas tentam impor a seus adeptos. At porque, a maioria dessas instituies que, presume-se, foram criadas para ligar os indivduos espiritualidade mais elevada, ou seja, Unidade que Deus e Sua Hierarquia Csmica, mais divide e aliena aqueles que as procuram do que os esclarece, conscientiza e une. J faz tempo que preferi concentrar-me em algumas doutrinas espiritualistas, em especial a esprita. Isso para compreender e praticar o bem tendo como meta o amor incondicional a todos os irmos espirituais, pois acredito que, quer queiramos ou no, todos fazemos parte de uma ampla famlia universal. Sei que existe uma discusso sobre ser esprita ou espiritualista, mas, isso para mim no vem ao caso porque entendo que todo tipo de sectarismo, fundamentalismo ou purismos exacerbados divide ao invs de agregar na evoluo espiritual desejada.
– Para efeito didtico ou pedaggico, vale esclarecer que: o termo espiritualista mais abrangente j que composto por todos aqueles indivduos que acreditam na existncia do esprito e em suas mais diversas manifestaes. O esprita, tambm denominado esprita-cristo, por sua vez aquele que se atm de maneira singular doutrina esprita (e suas prticas) decodificada por Allan Kardec e associada ao Evangelho do Cristo (novo testamento). Princpios bsicos do espiritismo: 1) a existncia de Deus; 2) a imortalidade da alma; 3) a evoluo do esprito atravs das reencarnaes; e 4) a comunicao dos espritos desencarnados com os encarnados...
•F – A f um elemento da religiosidade e, por que no dizer, da espiritualidade profunda. Porm, a que se registrar que existem diversos matizes de f; sendo que a maioria daquilo que tem sido designado como f, so apenas crenas ou crendices sem fundamento no conhecimento objetivo. Existe, por exemplo, a f que podemos denominar de emocional, aquela que s sobrevm em algum momento mais crtico da vida do indivduo, onde ele no desespero, na emoo do momento, se agarra a alguma crena com o intuito de superar aquele perodo adverso. ado isso, ele volta normalidade, ou seja, a viver sem f. A esse tipo de f somam-se a outras de igual teor, que podemos considerar como fs efmeras, paliativas, sem algum embasamento mais profcuo. Por outro lado, existe a f que a doutrina esprita e alguns outros ramos espiritualistas, definem como “f raciocinada”, racionalizada ou fundamentada. Ouso dizer que essa f a mais potente e duradoura; aquela que, como ensinou o Cristo, “remove montanhas”; “a casa construda sobre a pedra”. A qual resulta, em primeira ordem, do conhecimento das “leis” espirituais ou csmicas que regem a vida dos seres e do universo em suas infinitas dimenses” e do uso da razo mirando a compreenso e a prtica constante de aes conscientemente benficas. Em termos objetivos essa f inabalvel tem como fundamento o entendimento do conhecimento espiritual e sobretudo da prtica amorosa da caridade, da fraternidade, da humildade. Enfim, do exerccio mais puro do amor que a Hierarquia Espiritual, atravs de seus enviados, ensina e recomenda a todos que buscam a ascenso espiritual.
•Deus – Antes um parntese: nunca o nome de Deus foi to usado e abusado como nos tempos atuais, inclusive por polticos e pseudos crentes que o fazem com contumcia em seus discursos demaggicos e manipuladores. Alis, creio ser impossvel dissociar o crer verdadeiramente em Deus das ensinanas do Cristo. Algo que refora esta constatao a sua prdica que diz “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ningum vai ao Pai seno por mim”, ou seja, aquele que fizer uso dos seus ensinamentos em suas aes e condutas dirias pode sim declarar-se fiel a Deus.
– Historicamente temos deuses e Deus. A princpio Deus era inominado, depois variadas religies e doutrinas espiritualistas acabaram por instituir, digamos assim, a figura de Deus. Deus tambm recebeu o nome de Pai, Ser Supremo e outras variaes como o Al dos muulmanos. Alguns acreditam que a palavra Deus inclui um conceito, que a pode variar de religio ou doutrina. Eu prefiro a explicao-sntese que d a doutrina esprita: "Deus a inteligncia Suprema do Universo e causa primria de todas as coisas". Alis, a prpria cincia que, para muitos diverge da existncia de Deus, corrobora com esta explicao quando afirma em um de seus pilares bsico que “no h efeito sem causa”, ou, ainda, como entendia o clebre e respeitado pensador francs Voltaire, quando afirmava que “Deus o princpio explicativo do universo”. Ocorre que independentemente do nome que se d a Esse Ser que denominamos Deus, acreditar tambm uma questo de conhecimento e f. Confio tambm que a depender da dimenso evolutiva de cada ser o significado e a representao de Deus varia, ou seja, cada indivduo pode ter uma viso particular de Deus. Porm, certo que Deus em sua suprema essncia est sempre vinculado polaridade positiva da vida. Enquanto o homem transita pela dualidade do bem e do mal buscando a sua evoluo, por exemplo, Deus na sua completude e oniscincia est sempre na Unidade, na ordem csmica perfeita que se delineia em toda a criao.
– Embora na sua ignorncia o homem sempre tenha tentado criar uma representao de Deus, isso j se demonstrou intil, porque sempre que o fez ele incorreu em transferncias absurdamente humanas, como o Deus que castiga e pune. O filsofo Xenfanes de Colofon disse em certa poca na Grcia antiga que se fosse dado aos animais erigirem os seus deuses, por certo eles teriam as caractersticas deles prprios...
– Enfim, no h como negar que aquele que verdadeiramente cr em Deus e que se autodenomina cristo, independentemente da sua denominao religiosa, somente espelhar isso como verdade na medida em que consiga ter como guia em suas aes, condutas e convivncia, o compromisso tico-moral provindo da mais elevada espiritualidade.