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Embora algum possa livremente divergir dessa abordagem, por diversas razes acredito que o tornar-se adulto seja o deflagrador dos nossos medos, uma vez que nessa trajetria, atravs dum processo educativo rico em temores, que vo sendo reados elementos coercitivos do nosso modo de ser natural. E dessa ruptura entre o que essencialmente somos para o que nos levam a crer que devemos ser, que comeamos assumir posturas inadequadas que dificultam a melhor compreenso da nossa existncia e, por conseqncia, de quem verdadeiramente somos. a que amos, de certa forma, a ter medo da vida e de tudo quanto a envolve, como se ssemos a respirar menos e aproximarmo-nos da morte, um temor que, por si s, causa-nos desconfortos emocionais e fsicos considerveis.
O medo de morrer e o medo de viver so faces de uma mesma moeda, pois amparam-se no medo de ser. Tanto isso verdade que, por incrvel que parea, muitas pessoas temem igualmente tanto o sucesso como o fracasso, tanto amar como serem amadas. E por no se permitirem serem essencialmente quem so, criam um universo de incertezas e inseguranas, onde o viver torna-se algo to assustador que, contraditoriamente, as leva, mesmo gradativamente, rumo morte que tanto temem. A todo momento temos que escolher entre o ser ou no ser, entre enfrentar a vida e vivenci-la de modo que no abdiquemos da nossa qualidade essencial de sermos tanto quanto possvel autnticos e naturais, ou entregarmo-nos negao de ns mesmos, dos nossos sentimentos e emoes, permitindo que nossa existncia fuja ao nosso domnio e nos tornemos prisioneiros do medo.
Portanto, no nos resta melhor alternativa que a de revitalizarmos a conscincia do que realmente somos, fazendo fluir com toda a intensidade um novo modo profundo de ver, sentir e viver a vida em toda sua essencialidade; em toda sua divina profundidade, por assim dizer. Se o que desejamos a plenitude prazerosa de viver, ento o melhor enamorar-se da vida e nutri-la todos os dias, permitindo-nos simplesmente ser livres.
Boa reflexo. Paz e Luz para voc.
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